Pobres amigos de duas e quatro patas. Basta a mulher
descobrir que está grávida para olhar com desconfiança para os animais.
"Será que eles podem fazer mal para o meu bebê enquanto ele ainda está na
barriga?", pergunta-se a futura mãe. A preocupação tem lógica. Algumas
doenças especialmente graves na gestação podem ser transmitidas,
principalmente, pelas fezes dos animais. Mas o risco não é tão grande quanto se
pinta. Tomados os devidos cuidados, os animais podem ser bons companheiros
durante os nove meses.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Liverpool,
na Inglaterra, e divulgada em fevereiro passado, mostrou que gestantes que têm
cachorro tendem a manter os níveis ideais de atividade física durante a
gestação. Foram avaliadas 11 mil gestantes e observou-se que as proprietárias
de cães são 50% mais propensas a alcançar os 30 minutos diários de atividades
recomendadas. Isso sem falar no carinho que os animais têm a oferecer, bom em
qualquer fase da vida.Veja o que é verdade e o que é mito sobre ter animais
durante a gestação:
Não posso conviver com gatos durante a gestação
Mito: as
pessoas imaginam isso por conta da toxoplasmose, doença que pode ser
transmitida pelas fezes do animal. Nelas pode estar o parasita transmissor da
doença, contraída quando a pessoa entra em contato com o coco. Muitas pessoas
têm toxoplasmose e sequer ficam sabendo, porque não apresentam sintomas. O
problema é infectar-se pela primeira vez durante a gestação. Quando isso
acontece, há uma chance de 50% de passar a doença para o feto. "Nesse
caso, a doença pode causar sérios problemas como catarata, atraso no
crescimento, aumento do fígado e do baço, hidrocefalia e retardo mental",
explica o ginecologista Renato Ferrari, do Hospital Universitário Clementino
Fraga, no Rio de Janeiro. Como resolver: "Não precisa se desfazer do
animal, mas peça para outras pessoas limparem as fezes e lave as mãos
constantemente", diz o obstetra Eduardo Zlotinik, do Hospital Israelita
Albert Einstein, em São Paulo. "Às vezes, a mulher até é imune, porque já
teve a doença", completa ele. As fezes não devem ficar expostas por muito
tempo, pois ressecam e as partículas podem ser inaladas.
Hamsters podem causar infecção
Verdade: esses animais podem carregar um vírus chamado Lymphocytic choriomeningitis. A infecção se dá pelo contato com a urina, sangue ou saliva do roedor e pode causar defeitos congênitos no bebê ou aborto.
Como resolver: vale a mesma dica com relação aos gatos: deixe para outros a limpeza, principalmente da gaiola onde vive o animal. Nesse caso, é melhor evitar o contato com o bichinho durante a gestação, por causa da saliva.
Cães podem transmitir doença
Mito: o melhor amigo do homem é o melhor companheiro da gestante no mundo animal. "Se o cachorro for conhecido e viver na casa há algum tempo, não há risco de provocar doenças que ofereçam risco ao bebê", diz o ginecologista Eduardo Zlotnik. O cuidado, principalmente com animais de grande porte, é evitar que eles pulem sobre o abdome ou provoquem a queda da dona, que fica com o ponto de equilíbrio deslocado por causa da barriga.
Hamsters podem causar infecção
Verdade: esses animais podem carregar um vírus chamado Lymphocytic choriomeningitis. A infecção se dá pelo contato com a urina, sangue ou saliva do roedor e pode causar defeitos congênitos no bebê ou aborto.
Como resolver: vale a mesma dica com relação aos gatos: deixe para outros a limpeza, principalmente da gaiola onde vive o animal. Nesse caso, é melhor evitar o contato com o bichinho durante a gestação, por causa da saliva.
Cães podem transmitir doença
Mito: o melhor amigo do homem é o melhor companheiro da gestante no mundo animal. "Se o cachorro for conhecido e viver na casa há algum tempo, não há risco de provocar doenças que ofereçam risco ao bebê", diz o ginecologista Eduardo Zlotnik. O cuidado, principalmente com animais de grande porte, é evitar que eles pulem sobre o abdome ou provoquem a queda da dona, que fica com o ponto de equilíbrio deslocado por causa da barriga.
Animais de rua podem oferecer perigo
Verdade: não se deve acolher em casa animais que estejam
vivendo nas ruas, de origem desconhecida. "Eventuais mordidas e arranhões
podem estar infectados por bactérias e fungos e é contra-indicado que a
gestante tenha contato com algumas drogas usadas para tratá-los", diz a
ginecologista Elizabete Dobao, da Clínica Curart, no Rio de Janeiro. É
impossível saber se estão vacinados (e podem estar infectados com raiva).
Como resolver: se você realmente quiser dar abrigo ao animal, peça a
alguém que ajude a levá-lo ao veterinário para certificar-se de que ele é
sadio. Também pode ser uma boa providência deixá-lo de quarentena com algum
amigo antes de colocá-lo dentro de casa. Mas se é apenas um cachorro passeando
com o dono que você gostaria de fazer carinho, não custa evitar.
Répteis devem ser evitados
Verdade: embora não seja muito comum ter cobras, lagartos e
tartarugas em casa, há quem goste. Esses animais podem ter uma infecção por
bactéria, a salmonelose. Mesmo que o animal não esteja doente, há chances de
carregar a bactéria, que é mais agressiva para o organismo humano que para o
dele. A infecção provocada por salmonela provoca náuseas, vômitos, diarreia,
dores abdominais, febre e dor no corpo. Como o sistema imunológico da gestante
é mais frágil, as chances de infecção são ainda maiores.
Como resolver: deixar os animais no quintal, longe do contato direto
com a gestante. Caso viva em apartamento ou em uma casa pequena, pode deixar o
animal na casa de amigos ou procurar um hotelzinho para cuidar dele até o final
da gestação.
Pássaros são totalmente seguros
Mito: alguns pássaros são reservatórios naturais de
doenças, isso é, carregam o agente infeccioso sem adoecerem e podem transmitir
o mal para os humanos. Uma dessas doenças é a psitacose, transmitida por
papagaios, araras e periquitos, principalmente. A contaminação se dá ao aspirar
as fezes ressecadas dos emplumados. A doença não causa mal ao feto, mas à
gestante, que pode apresentar febre, tosse, dor de cabeça e prostração.Como
resolver: é bom lembrar que, embora possa ocorrer, o contágio é raro em
adultos. Por isso, não há necessidade de se desfazer do animal. Basta pedir
para que alguém limpe as gaiolas e mantê-las sempre higienizadas, evitando que
as fezes ressequem e se espalhem pelo ar.
Fonte:
UOL Mulher
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